Ano de 2024 é o primeiro acima do limite de aquecimento de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris

O ano de 2024 supera o limite de aquecimento global de 1,5°C definido pelo Acordo de Paris, com impactos significativos no clima mundial.

O ano de 2024 se tornou o primeiro a registrar um aumento superior a 1,5°C nas temperaturas globais, em comparação aos níveis pré-industriais, marca estabelecida pelo Acordo de Paris em 2015. A confirmação foi feita pelo Serviço de Alterações Climáticas (C3S) do observatório europeu Copernicus, que anunciou que o aumento já ultrapassou essa marca histórica e continuará a ser um fator determinante nas mudanças climáticas globais. O mês de novembro foi destacado como o segundo mais quente já registrado, com uma temperatura média de 1,62°C acima do normal, um reflexo direto do impacto da atividade humana no clima.

Este valor supera o limite simbólico de 1,5°C, considerado um dos principais objetivos do Acordo de Paris, cujo objetivo é restringir o aquecimento global a menos de 2°C, buscando esforços para mantê-lo abaixo de 1,5°C. No entanto, é importante frisar que o acordo foi formulado com base em tendências de longo prazo. Para que seja considerado que o limite foi efetivamente ultrapassado, será necessário monitorar o aumento da temperatura média global por pelo menos 20 anos. Atualmente, a média global de aquecimento é de cerca de 1,3°C, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

A previsão é de que a marca dos 1,5°C seja atingida entre 2030 e 2035, mesmo que as emissões de gases de efeito estufa, que continuam próximas do pico, não diminuam substancialmente. Este cenário é uma grande preocupação, pois os efeitos do aquecimento global já são visíveis em várias regiões do planeta. A seca prolongada na África Austral, os tufões devastadores na Ásia e a intensificação da crise na Amazônia são apenas alguns exemplos dos impactos já observados.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, as ações globais ainda não são suficientes para reduzir a poluição por carbono de forma eficaz. O risco é de que, sem um esforço mais contundente, o planeta possa alcançar um aumento de 3,1°C até o final do século, um nível considerado catastrófico. Mesmo que as promessas climáticas atuais sejam cumpridas, a previsão é de que o aquecimento global alcance 2,6°C. Para evitar esses cenários, os países têm até fevereiro de 2025 para apresentar suas metas revisadas de redução de emissões, conhecidas como “contribuições nacionalmente determinadas” (NDC). No entanto, os compromissos alcançados na COP29, realizada em Baku, Azerbeijão, no final de 2024, indicam que as ambições podem ser aquém do necessário, especialmente diante da promessa de ajuda financeira de US$ 300 bilhões anuais para os países em desenvolvimento, que é consideravelmente inferior ao valor requerido para financiar a transição energética.

*Com informações da Agência Senado.


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Redação do Jornal Grande Bahia

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