Após prisão em confusão na Uerj, deputado federal Glauber Braga é solto no Rio
O deputado federal Glauber Braga (Psol) foi solto no fim da noite desta sexta-feira (20), no Rio de Janeiro. O parlamentar e três estudantes foram presos mais cedo pela Polícia Militar durante uma confusão na desocupação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Braga transmitiu uma live em seu Instagram pouco após ser solto ao lado dos estudantes.
Na manhã de hoje a Justiça havia autorizado o uso de força policial na remoção dos manifestantes que ocupam a universidade desde o mês de julho.
Em nota, a assessoria do deputado disse que Glauber estava “defendendo estudantes da UERJ que estavam sendo ameaçados e agredidos pela Tropa de Choque.”
Nota – Glauber Braga
Ao defender os estudantes da UERJ que estavam sendo ameaçados e agredidos pela Tropa de Choque (que pela primeira vez na história entrou na UERJ!), o deputado federal Glauber Braga foi detido.
Os estudantes participavam de uma ocupação na universidade, lutando contra cortes no orçamento da política de permanência estudantil destinada a estudantes pobres.
Glauber está sendo levado com mais 3 estudantes nessa reintegração de posse absurda. É uma detenção ilegal, já que um deputado federal só pode ser detido em flagrante por crime inafiançável.
Assim funciona o autoritarismo e a truculência de Cláudio Castro e da reitoria da UERJ. Lutar não é crime! Abaixo o autoritarismo e a repressão!
Já a Polícia Militar confirma, em nota, a prisão de quatro pessoas, levadas para a Cidade da Polícia. A PM diz, ainda, que um policial ficou ferido durante a ação.
Nota – PM do RJ
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, nesta sexta-feira (20/9), policiais militares atuam em auxílio ao Poder Judiciário para cumprimento de uma decisão judicial na UERJ, Campus Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro.
Até o momento, policiais militares do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) e do 6ºBPM desobstruíram a Rua São Francisco Xavier, após manifestantes atearem fogo em objetos. Durante as ações, um policial foi ferido e socorrido ao Hospital Central da Polícia Militar. Quatro indivíduos foram conduzidos para a Cidade da Polícia.
Equipes do Grupamento Aeromóvel (GAM) sobrevoam a região, que está com o policiamento reforçado.
Decisão judicial
A Justiça autorizou, nesta sexta, o uso de força policial na remoção dos estudantes que ocupam da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A medida foi proferida pela 13ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital, por volta das 10h40 de hoje.
Segundo a decisão da justiça, os réus identificados durante o processo terão que pagar uma multa diária de R$ 10 mil e já tiveram suas contas bancárias bloqueadas visando utilizar os recursos para ressarcir os danos ao local.
A decisão também pediu, com urgência, um mandado para uso de força policial para auxiliar na remoção dos estudantes. A magistrada ainda intimou o chefe da polícia Militar a mandar os policiais necessários ao local.
No documento, a juíza aponta seis réus como líderes da ocupação. A universidade afirma que outras unidades já foram desocupadas, apenas o campus Maracanã segue obstruído.
Em nota, a UERJ diz que comunicou o Tribunal de Justiça e aguarda as providências para que a reintegração de posse seja concretizada, com vistas à retomada das atividades letivas. Também em função desse contexto, o expediente do campus Maracanã foi suspenso nesta sexta.
Nota – UERJ
No dia de ontem (19), após a determinação da juíza da 13ª Vara do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, exigindo a desocupação imediata dos prédios da Uerj, os manifestantes se recusaram a sair e seguem bloqueando todas as entradas do Pavilhão João Lyra Filho, em flagrante e criminoso descumprimento de decisão judicial.
Com os rostos cobertos em sua maioria, resistiram às tentativas dos agentes patrimoniais da Uerj, no sentido de retirar pacificamente os itens que impedem o amplo acesso ao prédio no campus Maracanã. De forma violenta, portando paus, canos e armas brancas, investiram contra os agentes, chegando a usar o jato d’água de uma mangueira de incêndio, como evidencia um vídeo que circula na rede.
A chefia da segurança não teve outra alternativa a não ser pedir que os agentes recuassem e salvaguardassem o patrimônio, restringindo a entrada de novos manifestantes no campus. No entanto, vários deles pularam a grade e partiram para o confronto.
Fora das dependências da Uerj, dois oficiais da PM tentaram conter a entrada desses novos integrantes da ocupação.
Com a escalada da violência por parte do movimento de ocupação e a afronta à decisão judicial, a Uerj comunicou o Tribunal de Justiça e aguarda as providências para que a reintegração de posse seja concretizada, com vistas à retomada das atividades letivas. Também em função desse contexto, o expediente do campus Maracanã foi suspenso no dia de hoje (20).
RIGUE