Banco Mundial avalia estabilidade financeira e fundos pelo clima nas economias emergentes

A análise destaca desafios e tendências críticas no setor financeiro e ambiental.

O Banco Mundial lançou recentemente o relatório inaugural intitulado “Finanças e Prosperidade”, focado na análise das economias de mercado emergentes e em desenvolvimento (Emeds). O documento apresenta uma avaliação abrangente das disparidades na resiliência e estabilidade financeira dessas economias, além de examinar as tendências atuais no financiamento climático.

A análise abrange 50 países cujos ativos representam 93% do capital bancário total das Emems. O relatório revela que os riscos financeiros emergem frequentemente em conformidade com as estatísticas de rendimento nacional, destacando que os países com baixa renda enfrentam desafios mais acentuados em comparação aos de alta renda. Conforme as projeções, 35 das Emems, incluindo Brasil e Guiné-Equatorial, enfrentarão riscos baixos e moderados nos próximos 12 meses. Em contraste, os países de rendimento baixo, como Moçambique e Guiné-Bissau, estão vendo uma tendência crescente de riscos devido a uma combinação de fatores internos e condições globais, como políticas monetárias, crescimento econômico e conflitos geopolíticos.

Um ponto crítico destacado pelo relatório é a exposição crescente à dívida soberana, que triplicou na última década em relação às economias avançadas. Este fenômeno é particularmente evidente em países com políticas macroeconômicas instáveis. A pesquisa indica que cerca de 70% dos Estados endividados não estão adequadamente preparados para enfrentar tensões financeiras. Uma perda de 5% nos títulos da dívida pública em tais economias poderia resultar em exigências significativas de capitalização para um quinto dos bancos.

Em relação ao financiamento climático, o relatório sublinha que apenas 16% dos investimentos nas Emems, excluindo a China, são destinados à adaptação às mudanças ambientais. A maior parte desse financiamento vem de orçamentos públicos ou recursos oficiais, com os empréstimos de bancos locais para projetos climáticos sendo limitados. Em dois terços dos bancos das Emems, o financiamento climático representa apenas 5% da carteira de empréstimos.

Os autores do estudo propõem estratégias para ampliar o financiamento climático através do setor bancário sem comprometer a estabilidade e a inclusão financeira. Pablo Saavedra, vice-presidente para a Prosperidade do Banco Mundial, enfatiza que, além do aumento dos empréstimos bancários, é essencial o crescimento dos mercados de capitais e de seguros para fornecer os fundos necessários a longo prazo e fechar a lacuna no financiamento climático nos países em desenvolvimento.

*Com informações da ONU News.

Redação do Jornal Grande Bahia

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