Campanha 21 Dias de Ativismo é lançada pelo MOC com foco no combate à violência de gênero na Bahia; Evento ocorre em Feira de Santana

O Movimento de Organização Comunitária (MOC) iniciou a campanha “Prevenção é Proteção: Viver sem Violência é um Direito de Meninas e Mulheres”, com ações em diversos municípios baianos.

O Movimento de Organização Comunitária (MOC) lança a campanha “Prevenção é Proteção: Viver sem Violência é um Direito de Meninas e Mulheres”, com o objetivo de conscientizar a população sobre a violência de gênero e promover ações de enfrentamento. A campanha, que acontecerá entre os dias 20 de novembro e 10 de dezembro de 2024, envolverá diversos municípios da Bahia, com atividades voltadas para a transformação social e a proteção de meninas e mulheres. O evento de lançamento será realizado nesta sexta-feira (22/11/2024), no CETEP Serrinha, em Serrinha, com a presença de lideranças comunitárias, representantes da sociedade civil e entidades parceiras, das 9h às 16h.

A ação tem como foco principal a erradicação da violência contra mulheres e meninas, destacando que a prevenção e a proteção são direitos fundamentais. A mobilização contará com seminários, rodas de conversa, visitas escolares e outras atividades de rua para estimular a participação da população e o engajamento da comunidade no combate à violência.

A Violência Contra Mulheres e Meninas: Dados Preocupantes

Estudos do Ministério das Mulheres e Cidadania revelam um aumento nas denúncias de violência contra mulheres no primeiro semestre de 2024. As mulheres negras seguem sendo as maiores vítimas dessa violência, com dados alarmantes sobre a prevalência de abusos no ambiente familiar, que representam 86,6% dos casos. A pesquisa também revelou que a violência sexual afeta fortemente as meninas: 30,4% das vítimas de abuso sexual são crianças de 0 a 9 anos, e 49,6% estão na faixa etária de 10 a 14 anos. Além disso, negligência e abuso físico são problemas recorrentes em todas as faixas etárias.

Esses dados refletem a urgência de políticas públicas eficazes para proteger meninas e mulheres e combater as causas estruturais da violência. O MOC, por meio da campanha, busca não apenas denunciar, mas também propor soluções e alternativas para enfrentar essas problemáticas.

A Luta Contra o Patriarcado: Inclusão de Homens no Debate

Para Selma Glória, coordenadora do Programa de Gênero, Geração e Igualdade Racial do MOC, a campanha surge da necessidade de uma reflexão profunda sobre o modelo patriarcal que ainda permeia as relações sociais, políticas e culturais. Em suas palavras:

“É um momento de conclamarmos toda a sociedade a se juntar na luta para salvar vidas.”

Selma também enfatizou a importância de envolver os homens no processo de desconstrução das masculinidades tóxicas, que contribuem diretamente para a perpetuação da violência. Ela ressalta que a erradicação da violência contra mulheres e meninas só será possível com mudanças estruturais e articulação coletiva, envolvendo não apenas as mulheres, mas todos os membros da sociedade.

Atividades Programadas e Impacto Esperado

A campanha 21 Dias de Ativismo será marcada por diversas ações que têm como objetivo sensibilizar a população e oferecer alternativas para o enfrentamento da violência. Entre as atividades programadas estão:

  • Seminários sobre estratégias de enfrentamento à violência de gênero.
  • Rodas de conversa com jovens e comunidades sobre direitos e prevenção.
  • Visitas escolares para debates sobre a importância da educação no combate à violência.
  • Ações de rua, como panfletagem em feiras livres e em pontos estratégicos da cidade, como semáforos.

A ação abrange mais de 10 municípios baianos, promovendo uma sociedade mais segura e igualitária para meninas e mulheres. O objetivo é criar ambientes protegidos e empoderar as mulheres para que possam exercer seus direitos sem o temor da violência.

Compreensão das Formas de Violência de Gênero

A campanha também busca esclarecer as diferentes formas de violência que afetam meninas e mulheres, entre elas:

  • Violência moral: difamação ou calúnia.
  • Violência patrimonial: destruição de bens e documentos.
  • Violência física: agressões que comprometem a saúde corporal.
  • Violência psicológica: controle por meio de manipulação ou ameaças.
  • Violência sexual: imposição de contatos sexuais sem consentimento.

Essas definições visam conscientizar a sociedade sobre as múltiplas formas de violência que, muitas vezes, são invisíveis ou subestimadas.

Canais de Apoio e Denúncia

Mulheres em situação de violência podem procurar ajuda por meio de diversos canais de apoio:

  • Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher.
  • Disque 190 – Polícia Militar.
  • Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM).
  • Centros de Referência da Mulher (CRM).

Esses serviços visam oferecer suporte e acolhimento, ajudando as vítimas a se protegerem e a denunciarem os abusos sofridos.

Convocação à Mobilização Social

O MOC conclama toda a sociedade a se engajar na Campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra Meninas e Mulheres. A luta é de todos, e a conscientização é essencial para a transformação das realidades de violência enfrentadas por mulheres e meninas. A campanha reforça que “Prevenção é Proteção”, e que a união de todos é fundamental para garantir um futuro mais seguro e livre de violência.

Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia

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