CNI avalia missão empresarial aos EUA como estratégica para reduzir tarifas sobre exportações brasileiras

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) concluiu, nesta quinta-feira (04/09/2025), a missão empresarial aos Estados Unidos, considerada positiva pelo presidente da entidade, Ricardo Alban. Segundo ele, os encontros realizados em Washington criaram oportunidades para redução ou flexibilização de tarifas adicionais aplicadas às exportações brasileiras.

Diplomacia empresarial e oportunidades de negócios

Alban destacou que a missão foi um passo inicial em um processo contínuo de negociação.

Realizamos um trabalho de diplomacia empresarial, garantindo soluções de continuidade para redução de tarifas, exceções e novas oportunidades”, afirmou.

Setores estratégicos apresentados

Durante a missão, foram apresentados projetos de Combustível Sustentável da Aviação (SAF), uso de energia renovável para data centers e exploração de minerais críticos e terras raras, setores considerados de interesse mútuo para Brasil e EUA.

Três dias de negociações intensas

A comitiva contou com 130 empresários, dirigentes de federações estaduais e líderes de associações industriais. Foram realizados encontros com parlamentares, autoridades norte-americanas, empresários locais e a embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Cecília Ribeiro Viotti.

Representação e audiência pública

O embaixador Roberto Azevêdo, consultor da CNI, representou a entidade na audiência pública do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), que investiga práticas comerciais brasileiras. O diálogo facilitou a identificação de sinergias entre os setores produtivos do Brasil e dos Estados Unidos.

Impacto das tarifas sobre a indústria

De acordo com a CNI, cerca de US$ 33 bilhões em exportações brasileiras, distribuídas em 6 mil produtos, são afetadas pelas tarifas adicionais. Todos os setores da indústria de transformação foram impactados, exceto coque, derivados de petróleo e biocombustíveis.

Relação econômica Brasil-EUA

O comércio bilateral soma mais de 200 anos de parceria, com superávit norte-americano de US$ 91,2 bilhões em bens nos últimos dez anos, chegando a US$ 256,9 bilhões incluindo serviços.

  • Mais de 70% das importações brasileiras dos EUA estão livres de tarifas, beneficiando petróleo, fertilizantes e aviação.

  • Em 2024, 11 estados norte-americanos importaram mais de US$ 1 bilhão em produtos brasileiros, com destaque para Califórnia, Flórida, Texas e Nova Iorque.

  • Entre 2013 e 2023, os EUA foram o principal destino de projetos greenfield brasileiros, com 142 implantações produtivas anunciadas.

Setores mais afetados e medidas do setor privado

O setor de máquinas e equipamentos sofre com a tarifa de 50%, considerada inviável pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A diretora-executiva, Patrícia Gomes, explicou que empresas enfrentam contratos suspensos, revisões e postergação de entregas, e que a missão da CNI busca soluções junto aos governos brasileiro e norte-americano.

Continuidade da negociação

A Abimaq destaca que a missão é a primeira de várias ações necessárias para reduzir tarifas e restabelecer relações comerciais produtivas entre Brasil e Estados Unidos, garantindo competitividade ao setor industrial.


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Redação do Jornal Grande Bahia

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