Cúpula do G20 Social reúne sociedade civil para discussão de políticas públicas no Rio de Janeiro
Nesta quinta-feira (14/11/2024), no Rio de Janeiro, teve início a Cúpula do G20 Social, encontro que marca a conclusão de trabalhos desenvolvidos ao longo de quase um ano por organizações da sociedade civil e movimentos sociais do Brasil e do exterior. Inédita no âmbito do G20, a cúpula visa ampliar a participação social no processo de construção de políticas públicas e debates globais. A iniciativa foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20, em Nova Délhi, quando o Brasil assumiu simbolicamente a presidência do fórum.
As atividades do G20 Social começaram às 9h, no Território do G20 Social, localizado no Boulevard Olímpico, no Rio, e integram diversos espaços, como o Museu do Amanhã, Armazém Utopia e Espaço Kobra. Ao longo do evento, serão realizadas 271 atividades autogestionadas, incluindo debates e mesas temáticas organizadas por representantes da sociedade civil, organismos internacionais, universidades, setor privado e movimentos sociais. A cerimônia oficial de abertura será às 14h, com a presença de autoridades como o ministro Márcio Macêdo, coordenador do evento, a Primeira-Dama Janja da Silva, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Durante os três dias de programação, a Cúpula contará com feiras temáticas no Boulevard Olímpico. Os visitantes poderão explorar os temas da Sustentabilidade, com destaque para o artesanato e serviços, do Combate à Fome, que exibirá produtos agroecológicos, e da Cultura dos Povos, com publicações e conteúdos sociais. São esperadas 180 barracas, incluindo 30 dedicadas a produções indígenas, com o objetivo de promover a diversidade cultural.
No segundo dia, 15 de novembro, a programação será voltada aos três eixos prioritários da presidência brasileira do G20: combate à fome e desigualdades, enfrentamento às mudanças climáticas e transição energética, e reforma da governança global. Os temas serão discutidos por representantes de diferentes setores, que irão aprovar documentos que reflitam as contribuições da sociedade civil para esses temas. As atividades autogestionadas terão continuidade à tarde, promovendo debates e recomendações que serão consolidadas ao final do evento.
No último dia, 16 de novembro, as propostas formuladas serão sintetizadas em um documento final, que será entregue ao presidente Lula. Este documento compilará as contribuições da sociedade civil brasileira e internacional e será encaminhado para a Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20, nos dias 18 e 19 de novembro, como uma sugestão para incorporação na Declaração de Líderes.
Ao longo de 2024, foram realizadas reuniões e consultas públicas para a construção do G20 Social, iniciativa inédita que garante um espaço institucional para a sociedade civil no processo decisório do G20. Com o lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, o Brasil promoveu discussões sobre os temas prioritários por meio de plataformas digitais e eventos preparatórios, como o Encontro Preparatório da Cúpula, realizado em agosto, que reuniu mais de 1.000 representantes de organizações e movimentos sociais. Os textos-base desenvolvidos nesse encontro foram disponibilizados na plataforma G20 Social Participativo, permitindo que a sociedade civil apresentasse propostas, documentos e comentários.
Para engajar diferentes segmentos da sociedade, o G20 Social conta com a participação de 13 grupos, incluindo os representativos da sociedade civil (C20), juventude (Y20), mulheres (W20), cidades (U20), e os mais novos, como os voltados para oceanos (O20) e cortes supremas (J20). Estes grupos discutem temas específicos e apresentam recomendações aos líderes do G20, fortalecendo a integração entre sociedade civil e os tomadores de decisão globais.
Nos dois primeiros dias do evento, diálogos com a imprensa permitirão a aproximação de jornalistas com os temas e personalidades do evento. Entre os destaques, Tawakkul Karman, vencedora do Nobel da Paz, Yildiz Temürtürkan, coordenadora da Marcha de Mulheres, e a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, participarão de uma mesa sobre empoderamento feminino, promovendo debates entre sociedade civil e setor governamental.
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Redação do Jornal Grande Bahia