Desigualdades no serviço público: Estudo aponta disparidades entre as grandes cidades do Brasil

Estudo revela disparidades no desempenho das políticas públicas nas áreas de saúde, educação, saneamento e segurança entre os 100 municípios mais populosos do Brasil.

O estudo Desafios da Gestão Municipal 2024 revela disparidades significativas no desempenho das políticas públicas em diferentes regiões do Brasil. A pesquisa, realizada pela consultoria Macroplan, avaliou os 100 municípios mais populosos do país em áreas essenciais, como saúde, educação, saneamento e segurança, com base em indicadores como taxa de mortalidade, matrícula escolar e acesso a atendimento pré-natal. A análise mostra que as cidades das regiões Sudeste e Sul têm desempenho superior nessas áreas, enquanto o Norte e o Nordeste enfrentam maiores desafios. O estudo, que está em sua sexta edição, utiliza um índice próprio, semelhante ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), para medir o desempenho das administrações municipais entre 2010 e 2023.

De acordo com a pesquisa, os 25 municípios melhor classificados estão localizados principalmente no Sudeste e Sul do país. Maringá (PR) ocupa a primeira posição, seguida por Franca (SP), Jundiaí (SP), Uberlândia (MG) e Curitiba (PR). Já Goiânia (GO) e Palmas (TO) destacam-se como as cidades fora dessas regiões que apresentam os melhores resultados, ocupando as 27ª e 28ª posições, respectivamente. Os estados com as melhores classificações incluem Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Espírito Santo.

No outro extremo, os municípios das regiões Norte e Nordeste apresentam os piores índices de desempenho. Das 25 cidades pior avaliadas no estudo, 16 estão localizadas nessas regiões, com destaque para a Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, que concentra seis dos 25 municípios mais mal classificados. As últimas posições foram ocupadas por Nova Iguaçu (RJ), Porto Velho (RO), Belford Roxo (RJ), Duque de Caxias (RJ) e Macapá (AP). A pesquisa revela uma grande discrepância nos índices de atendimento das políticas públicas, apesar das populações das cidades estarem em níveis similares. Por exemplo, Maringá tinha aproximadamente 410 mil habitantes em 2022, enquanto Macapá tinha pouco mais de 442 mil, evidenciando que a desigualdade não é apenas uma questão de tamanho populacional, mas também de desigualdade econômica. O PIB per capita de Macapá é menos da metade do de Maringá, o que impacta diretamente o desempenho das políticas públicas.

Adriana Fontes, coordenadora do estudo, destacou em nota que “o Brasil sempre foi conhecido pela elevada desigualdade, que se reflete no desempenho dos municípios”. Ela ressaltou a importância da gestão baseada em evidências e da cooperação entre os diferentes níveis de governo, além de salientar a necessidade de continuidade das políticas públicas que se mostram eficazes, para evitar desperdícios de recursos e reduzir as desigualdades regionais.

O estudo, que utiliza indicadores públicos agrupados de 2010 a 2023, reflete os desafios enfrentados pelas administrações municipais e a diferença de desempenho em municípios de regiões distintas, apontando a necessidade urgente de medidas que promovam uma gestão pública mais eficiente, especialmente nas regiões com desempenho inferior.

*Com informações da Agência Brasil.

Redação do Jornal Grande Bahia

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