Discurso do presidente Donald Trump ao Congresso dos EUA inaugura Nova Ordem Global do Século XXI
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fará um pronunciamento no Congresso nesta terça-feira (04/03/2025), às 23h (horário de Brasília). O discurso ocorre em um momento de tensão diplomática com a Ucrânia, escalada da guerra comercial com Canadá, México e China, e mudanças estruturais no governo federal.
O pronunciamento, semelhante a um discurso de Estado da União, abordará temas como política externa, economia, segurança nacional e reformas administrativas. Entre os tópicos esperados estão o fim do apoio militar à Ucrânia, a imposição de novas tarifas comerciais, medidas para redução da burocracia federal, fortalecimento das políticas de imigração e ajustes fiscais.
Principais Tópicos do Discurso
Segundo um alto funcionário da Casa Branca, o tema central será a “renovação do sonho americano”. Entre as pautas que devem ser abordadas, estão:
- Redução do tamanho do governo e cortes de gastos com medidas que podem impactar a saúde e a educação.
- Restrições migratórias, incluindo maior rigor nas deportações e ampliação do muro na fronteira com o México.
- Uso de tarifas comerciais para pressionar aliados e adversários econômicos.
- Fim da assistência militar à Ucrânia e possibilidade de um novo acordo diplomático.
- Renovação dos cortes de impostos de 2017 e impacto na economia interna.
- Reestruturação da administração pública, com cortes no funcionalismo federal e eliminação de órgãos considerados ineficientes.
A oposição democrata planeja contestar as medidas anunciadas, destacando possíveis impactos sociais e a necessidade de manter parcerias internacionais. A senadora Elissa Slotkin, ex-agente da CIA, fará a refutação oficial ao discurso, abordando os riscos da retirada do apoio à Ucrânia e os efeitos das tarifas sobre os trabalhadores norte-americanos.
Mudanças Internas e Reações Políticas
Trump também deve enfatizar seu plano de cortes no funcionalismo público, com apoio do empresário Elon Musk, que auxiliou na formulação das medidas por meio do Departamento de Eficiência Governamental. Desde que assumiu o cargo, o presidente eliminou mais de 100 mil postos no governo federal, reduzindo a atuação de agências reguladoras e programas de assistência social.
Essa política tem sido alvo de críticas por parte dos democratas, que argumentam que os cortes prejudicam serviços essenciais. Parlamentares da oposição convidaram funcionários públicos afetados pelas demissões para acompanhar o discurso no Congresso, a fim de pressionar Trump.
A primeira-dama Melania Trump estará presente no evento e será acompanhada por convidados, incluindo familiares de Corey Comperatore, bombeiro morto no atentado contra Trump em julho passado, e Marc Fogel, professor de história libertado de uma prisão na Rússia.
Contexto Político e Diplomático
O discurso ocorre menos de 24 horas após a entrada em vigor de novas tarifas punitivas contra o Canadá e o México, gerando reações adversas desses países e incerteza nos mercados financeiros. O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau anunciou tarifas retaliatórias e afirmou que os EUA iniciaram uma “guerra comercial”. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou que divulgará medidas tarifárias e não tarifárias para retaliar as políticas de Trump.
Na área de segurança, o governo norte-americano suspendeu todo o apoio militar à Ucrânia, provocando reações dentro da OTAN e um impasse diplomático com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Em Washington, Zelensky enfrentou uma reunião tensa com Trump, que afirmou que a Ucrânia precisa demonstrar comprometimento com negociações de paz antes de receber qualquer suporte adicional.
A medida levou a Rússia a intensificar os ataques contra a Ucrânia, enquanto líderes europeus manifestaram preocupação com o impacto da decisão. A Polônia confirmou a interrupção do fornecimento de armas norte-americanas à Ucrânia, sem consulta prévia à OTAN.
México: retaliação às tarifas impostas pelos EUA
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou que responderá às novas tarifas comerciais dos EUA com um pacote de medidas tarifárias e não tarifárias. A decisão ocorre após os EUA imporem tarifas de 25% sobre produtos mexicanos, alegando combate ao tráfico de fentanil e imigração irregular.
Sheinbaum enfatizou que o México não aceitará interferência dos EUA e que a medida impactará diretamente a relação econômica entre os dois países. Ela convocou uma reunião informativa para o dia 9 de março, onde apresentará as ações que o governo mexicano tomará em resposta às tarifas.
Canadá e China: medidas de retaliação contra os EUA
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou tarifas de 25% sobre produtos norte-americanos, atingindo cerca de US$ 107 bilhões em exportações. Ele afirmou que os EUA iniciaram uma guerra comercial e que o Canadá não recuará diante das sanções impostas por Trump.
Além do Canadá, a China também anunciou novas tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA, variando entre 10% e 15%. Pequim justificou a decisão como uma resposta às tarifas adicionais de 20% sobre produtos chineses impostas por Trump, alegando que Washington não está respeitando as normas do comércio internacional.
Impacto Internacional
A escalada da guerra comercial com China, México e Canadá preocupa líderes globais. Pequim anunciou tarifas entre 10% e 15% sobre produtos agrícolas norte-americanos, enquanto o governo mexicano prepara medidas para diversificar sua economia e reduzir a dependência do mercado dos EUA. O Canadá acionará a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas por Trump.
A União Europeia também monitora os desdobramentos, dado o risco de Trump implementar tarifas sobre produtos europeus. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que “os EUA estão criando um ambiente comercial instável, com consequências globais”.
Polônia: interrupção do envio de armas para a Ucrânia
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, confirmou que os EUA interromperam o fornecimento de armamentos para a Ucrânia sem consulta prévia com aliados da OTAN. Segundo ele, a decisão dos EUA coloca a Europa e a Ucrânia em uma posição vulnerável, aumentando os riscos de instabilidade na região.
O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Pawel Wronsky, destacou que a decisão foi tomada sem debate com o grupo Rammstein, responsável pela coordenação do apoio militar à Ucrânia. A medida gerou forte insatisfação entre os aliados europeus, que agora estudam alternativas para manter a defesa ucraniana.
WSJ critica política externa de Trump e cobra clareza sobre Nova Ordem Global
O The Wall Street Journal publicou um editorial crítico à política externa do presidente Donald Trump, destacando a falta de transparência sobre sua visão global. Tradicionalmente favorável ao republicano, o jornal alertou que suas recentes ações sugerem uma mudança radical na posição dos Estados Unidos no mundo, possivelmente abandonando a ordem internacional construída após a Segunda Guerra Mundial.
O editorial aponta que Trump parece seguir uma estratégia influenciada por figuras como Tucker Carlson e J.D. Vance, que veem os EUA em declínio e questionam seu papel de liderança global. Suas decisões, segundo o WSJ, indicam uma postura isolacionista, incluindo um distanciamento da Guerra da Ucrânia, tarifas comerciais mais severas contra aliados como Canadá e México do que contra rivais como a China, além de sinais preocupantes para Taiwan e Japão.
O jornal sugere que essas medidas favorecem a divisão do mundo em esferas de influência dominadas por grandes potências, como a China no Pacífico e a Rússia na Europa, enquanto os EUA se concentrariam exclusivamente nas Américas. O Oriente Médio, por sua vez, permaneceria instável, a menos que Trump alcance um acordo com o Irã.
Para o WSJ, essa abordagem não representa uma inovação, mas sim um retrocesso à era de equilíbrio de poder pré-Segunda Guerra Mundial, caracterizada por rivalidades entre grandes nações e um cenário internacional mais volátil. O editorial conclui que Trump tem a obrigação de explicar ao povo americano qual é sua verdadeira intenção com essa nova ordem mundial, e sugere que o discurso do Estado da União, nesta terça-feira (04/03/2024), seria o momento ideal para esclarecer suas ambições.
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Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia