É preciso discutir métodos eficazes de combater avanço das queimadas, diz coordenador do MapBiomas
O engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, fez um apelo por ação conjunta no combate às queimadas que assolam o país. Em entrevista ao WW, Azevedo enfatizou que o momento atual não é propício para buscar culpados, mas sim para unir esforços na luta contra o avanço das chamas.
Azevedo destacou que a crise ambiental atual está intrinsecamente ligada às mudanças climáticas e ao alto grau de degradação dos biomas brasileiros.
“A gente vive uma crise que tem a ver com a mudança climática e com o grau de degradação que a gente tem nos biomas e que ele coloca em risco igualmente a biodiversidade e o próprio agronegócio”, afirmou.
Impactos generalizados
O coordenador do MapBiomas ressaltou que os impactos das queimadas afetam diversos setores, incluindo o agronegócio. Citou como exemplo o setor sucroalcooleiro do estado de São Paulo, que foi severamente afetado pelos incêndios recentes.
“O setor sucroalcooleiro do estado de São Paulo foi vítima do fogo nesse momento”, pontuou Azevedo.
Apesar dos desafios, Azevedo apontou um dado positivo: a taxa de desmatamento em agosto atingiu o menor nível desde o início da utilização do método atual de medição, há cerca de sete ou oito anos. Isso indica que algumas ações de combate ao desmatamento têm surtido efeito.
O especialista enfatizou a necessidade de uma abordagem colaborativa entre os estados e a União para prevenir futuros impactos de grande magnitude.
“É o momento da gente ter uma conferência conjunta, em vez de tentar buscar, dizer que quem estava não estava preparado, mas de trabalhar conjuntamente estados e a União para evitar que volte a se repetir esse grau de impacto”, concluiu Azevedo.
Azevedo ressaltou que, embora não seja possível evitar completamente eventos climáticos extremos, é viável reduzir significativamente seus impactos por meio de ações preventivas e coordenadas.
A mensagem final do coordenador do MapBiomas é clara: a união de esforços é fundamental para proteger tanto a biodiversidade quanto o agronegócio brasileiro dos efeitos devastadores das queimadas e das mudanças climáticas.
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