Exército israelense afirma ter ‘eliminado’ alto integrante do Hezbollah em ataque no Líbano
O exército israelense intensifica suas operações no Líbano nesta terça-feira (08/10/2024), com bombardeios registrados no sul do país e em subúrbios do sul de Beirute. Os ataques visam cerca de 70 posições de milícias do Hezbollah, com as Forças Armadas afirmando ter eliminado Suhail Hussein Husseini, considerado o “comandante do quartel-general do Hezbollah”. Husseini, que supervisionava o orçamento e a organização das diversas redes do grupo paramilitar, foi destacado em um comunicado do exército israelense como um indivíduo chave nas operações de transferência de armas do Irã para o Hezbollah e responsável pela distribuição de armas entre suas unidades.
Husseini também coordenava a logística e o orçamento de projetos sensíveis do Hezbollah, atuando como membro do Conselho da Jihad do grupo. Sua atuação envolvia a coordenação de ataques contra Israel a partir do Líbano e da Síria, além de liderar a Unidade de Investigação e Desenvolvimento, responsável pela fabricação de mísseis guiados de precisão e pelo armazenamento de armamentos. Em adição, o exército israelense confirmou, na véspera, a realização de operações contra o Hezbollah no sudoeste do Líbano, onde a 146ª Divisão iniciou “operações limitadas”, marcando um aumento nas hostilidades na região.
Atualmente, o número de soldados israelenses mobilizados no sul do Líbano é estimado em mais de 15.000, de acordo com fontes militares. Na segunda-feira, 7 de outubro, o Hezbollah disparou 190 projéteis contra Israel, sem deixar feridos, segundo relatos do exército israelense, que se prepara para expandir suas operações na zona costeira do sul do Líbano. Após alertas aos residentes para evitar as praias e o mar, pescadores deslocaram suas embarcações para o norte. Os confrontos entre as forças do Hezbollah e o exército israelense se intensificaram, com mais de 120 ataques realizados ao sul do Líbano durante o dia, resultando em diversas fatalidades, incluindo dez bombeiros.
Os ataques aéreos israelenses também atingiram áreas dos subúrbios de Beirute, com uma das operações ocorrendo nas proximidades do aeroporto internacional, que permanece operacional para voos de evacuação de cidadãos estrangeiros. O Hezbollah anunciou ter atacado a principal base de inteligência militar israelense perto de Tel Aviv, afirmando ter realizado lançamentos de foguetes sobre a Galileia, uma área recentemente declarada “zona militar fechada” pelo exército israelense. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reiterou o compromisso de cumprir os objetivos da guerra contra o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano, descrevendo essa tarefa como uma “missão sagrada”.
No contexto regional, o Irã advertiu Israel contra qualquer ataque às suas infraestruturas, em meio a temores sobre possíveis ações israelenses contra instalações nucleares ou de petróleo. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, enfatizou que qualquer agressão resultará em uma resposta forte. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aconselhou Israel a evitar ataques às instalações petrolíferas iranianas, enquanto um general da Guarda Revolucionária iraniana declarou que um ataque a essas instalações representaria uma “linha vermelha”. A diplomacia iraniana reafirmou sua política nuclear, destacando sua capacidade técnica para a fabricação de armas nucleares.
A Turquia anunciou planos para evacuar cerca de 2.000 cidadãos residentes no Líbano por meio de uma operação marítima agendada para quarta-feira, 9 de outubro. A evacuação será realizada por dois navios da Marinha turca, que partirão de um porto na província de Mersin.
*Com informações da RFI.
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Redação do Jornal Grande Bahia