O Exército de Israel ordenou, nesta segunda-feira (08/09/2025), a evacuação imediata de todos os moradores da Cidade de Gaza, medida inédita desde o início da guerra contra o Hamas. A decisão foi tomada pelo gabinete de segurança israelense e ocorre após novo ataque em Jerusalém que deixou seis mortos. Apenas 10% dos cerca de 900 mil palestinos que vivem na cidade deixaram o local até o momento.
A ordem de retirada marca uma mudança de estratégia de Israel, que antes emitia evacuações apenas para prédios específicos. Agora, todos os moradores devem se deslocar para as zonas humanitárias no sul da Faixa de Gaza.
O chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, alertou que a ocupação total pode comprometer a vida dos reféns israelenses ainda em poder do Hamas. Pesquisas indicam que 64% da população de Israel apoia o fim da guerra, enquanto familiares dos reféns pedem a suspensão da ofensiva.
Na manhã de segunda-feira (08/09/2025), dois palestinos armados abriram fogo contra passageiros de um ônibus no Cruzamento de Ramot, em Jerusalém, matando seis pessoas.
Os autores foram identificados como Mutana Amro, de 20 anos, e Mahmoud Tahah, de 21, moradores de vilarejos próximos à Linha Verde. Nenhum deles tinha antecedentes criminais ou ligação com grupos terroristas. Eles foram mortos por um soldado israelense e por um civil armado.
O Exército de Israel instalou novos postos de controle próximos a Ramallah, capital administrativa da Autoridade Palestina.
As forças israelenses aumentaram a presença na região da Samaria, revistando residências, prendendo suspeitos e apreendendo armamentos. O serviço de segurança interno Shin Bet prendeu um motorista de Jerusalém Oriental suspeito de auxiliar os atacantes. Todas as entradas de Jerusalém ficaram bloqueadas por mais de três horas.
De acordo com o Canal 12 de Israel, o ex-presidente dos EUA Donald Trump apresentou ao Hamas um novo plano de acordo, que prevê:
Libertação de todos os 48 reféns israelenses no primeiro dia;
Troca por milhares de prisioneiros palestinos, inclusive condenados por assassinato de israelenses;
Suspensão da Operação Carruagens de Gideão e início imediato de negociações.
O Hamas declarou estar pronto para negociar, mas alertou sobre armadilhas no plano, como a ausência de menção ao fim definitivo da guerra e à retirada israelense de pontos estratégicos, como o Corredor Filadélfia e a Passagem de Rafah.
Apesar de Trump afirmar que Israel aceitou a proposta, o governo israelense ainda não se pronunciou oficialmente. Fontes próximas ao premiê Benjamin Netanyahu indicam que Israel avalia a proposta, mas acredita que o Hamas pode rejeitá-la.
*Com informações da RFI.
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Redação do Jornal Grande Bahia
