Justiça decreta falência da Sete Brasil; Empresa de sondas envolvida no Caso Lava Jato diz que vai recorrer

Decisão judicial encerra trajetória da Sete Brasil, empresa criada para atender o pré-sal e envolvida em denúncias de corrupção.

A Justiça do Rio de Janeiro decretou a falência da Sete Brasil, criada em 2010 para gerenciar a construção e operação de sondas de perfuração para a Petrobras. A empresa se tornou um dos epicentros do esquema investigado pela Operação Lava Jato. O processo de recuperação judicial, iniciado em 2016, não conseguiu reverter as dificuldades financeiras, e a dívida da companhia alcançou R$ 36 bilhões.

Histórico e colapso financeiro

Fundada durante o segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Sete Brasil tinha como objetivo fortalecer a indústria naval brasileira, com a aquisição de 28 sondas para exploração do pré-sal. A iniciativa contava com sócios como Petrobras, BTG Pactual, Santander, FI-FGTS e fundos de pensão de empresas públicas e privadas. Contudo, denúncias de pagamento de propina a estaleiros prejudicaram o projeto.

A exclusão da Sete Brasil de financiamentos pelo BNDES interrompeu o fluxo financeiro necessário para sustentar suas operações. Em 2016, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, mas os esforços ao longo de oito anos, que incluíram 44 assembleias e 18 versões de planos de recuperação, não resultaram na retomada das atividades.

Declaração de falência

O juiz Luiz Alberto Carvalho Alves, responsável pela decisão, argumentou que a empresa perdeu condições de recuperação e autorizou a contratação de um escritório de advocacia para investigar se crimes associados à gestão contribuíram para a falência. O administrador judicial, Gustavo Licks, apontou a Petrobras como um entrave, mencionando que questões envolvendo a estatal “paralisaram completamente o processo”.

Recurso

A Sete Brasil afirmou ter recebido com surpresa a decisão judicial que decretou sua falência antes do prazo definido pelos credores em Assembleia Geral. A empresa informou que está recorrendo e mantém confiança na viabilidade de sua recuperação judicial, sustentada por medidas alinhadas com os credores. Entre os sócios da companhia estão a Petrobras, com 9,75% de participação, além dos bancos Bradesco, Santander, BTG Pactual e os fundos de pensão Petros, Previ e Funcef.

*com informações da Folha de S.Paulo e InfoMoney.


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Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia

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