Panorama da desigualdade e pobreza nos Estados Unidos
Cenário da Pobreza no País
A taxa oficial de pobreza nos Estados Unidos em 2022 foi de aproximadamente 11,5%, conforme levantamento do Census Bureau. Este índice reflete mais de 37 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha oficial de pobreza, fixada em cerca de US$ 27.750 anuais para uma família de quatro integrantes. Além disso, cerca de 5% da população encontra-se em situação de pobreza extrema, sobrevivendo com menos da metade desse valor.
A desigualdade racial e étnica agrava o problema: 19,5% da população negra e 17,1% dos hispânicos vivem em situação de pobreza, enquanto o percentual entre brancos não hispânicos é de 8,1%. A pobreza infantil atinge 16,9% das crianças americanas, representando 12,5 milhões de menores de 18 anos. Idosos também são impactados, com cerca de 10% enfrentando dificuldades financeiras, muitas vezes exacerbadas pelos custos médicos.
Desigualdades Econômicas e Regionais
A desigualdade de renda é medida pelo índice de Gini, que alcançou 0,494 em 2022. Os 10% mais ricos concentram 70% da riqueza total, enquanto os 50% mais pobres detêm apenas 2% do patrimônio nacional. Disparidades regionais também são evidentes: estados como Mississippi e Louisiana, no sul, registram taxas de pobreza mais elevadas, enquanto Massachusetts e Califórnia, no nordeste e na costa oeste, possuem índices menores, mas ainda enfrentam desigualdades internas.
No contexto de gênero, as mulheres, especialmente mães solteiras, são mais vulneráveis à pobreza. Em 2022, o salário médio das mulheres representava 82% do salário médio dos homens, indicando persistente desigualdade de remuneração.
Impactos da Pandemia e Novas Políticas
A pandemia de COVID-19 intensificou os desafios econômicos, mas programas como o Child Tax Credit reduziram temporariamente a pobreza infantil. O fim desses benefícios em 2022 resultou no aumento dos índices de pobreza. Iniciativas recentes, como o Inflation Reduction Act, buscam combater as desigualdades por meio de investimentos em saúde, educação e energia limpa. Contudo, os resultados dessas políticas ainda estão sendo avaliados.
O número de pessoas sem moradia nos Estados Unidos (homeless) foi estimado em cerca de 582.462 em 2022, segundo o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos EUA (HUD). Este número representa uma queda em relação aos 647.258 registrados em 2007. Entretanto, críticos apontam que o método de contagem oficial subestima o problema, pois não inclui pessoas que estão “invisivelmente sem teto”, como aquelas vivendo temporariamente com amigos ou familiares, em hotéis ou motéis.
A Califórnia concentra o maior número de pessoas sem moradia no país, abrigando aproximadamente metade da população sem teto que vive em áreas públicas, como ruas e acampamentos. Nacionalmente, os homens brancos acima de 24 anos representam a maioria dessa população, com cerca de 30 mil jovens desacompanhados vivendo nas ruas. A falta de habitação acessível, problemas de saúde mental, dependência química e traumas econômicos são as causas mais citadas para o problema.
Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia