Quem é Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula a presidir o Banco Central do Brasil

Gabriel Galípolo, economista em ascensão no Governo Lula e que conta com a confiança de Fernando Haddad, ministro da Fazenda. 

Gabriel Galípolo nasceu em 1982, em São Paulo, e foi criado em uma família com fortes vínculos com o meio acadêmico. Seu pai, Carlos Galípolo, médico e professor, foi uma influência central em sua formação intelectual. Desde cedo, Galípolo demonstrou interesse pelas questões econômicas e políticas, o que o levou a ingressar na Universidade de São Paulo (USP), onde se formou em Ciências Econômicas. Posteriormente, concluiu o mestrado em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Sua formação foi voltada para a análise das interações entre o Estado e o mercado, campo no qual se aprofundou por meio de pesquisas acadêmicas e debates.

Além de sua formação formal, Galípolo foi professor universitário e colaborou com diversos estudos e publicações acadêmicas voltadas à economia brasileira, o que consolidou sua reputação no meio intelectual e lhe permitiu construir uma rede de contatos com economistas e acadêmicos. Suas ideias sempre refletiram uma preocupação com o desenvolvimento nacional, abordando temas como dívida pública, intervenções do Estado e desigualdade econômica.

Carreira no Setor Público e Privado

A trajetória de Gabriel Galípolo no setor público começou no governo de São Paulo, onde ocupou cargos nas Secretarias de Transportes Metropolitanos e de Planejamento. Nessas funções, ele esteve envolvido no planejamento estratégico de políticas públicas voltadas para a infraestrutura e o desenvolvimento urbano, áreas essenciais para o crescimento econômico de regiões metropolitanas. Sua experiência nessas pastas foi essencial para moldar sua visão sobre o papel do Estado na economia, ao mesmo tempo em que começou a entender a importância da interação entre políticas públicas e o setor privado.

No setor financeiro, Galípolo destacou-se como CEO do Banco Fator, cargo que ocupou de 2017 a 2021. Durante sua gestão, o banco desempenhou um papel relevante no processo de privatizações no Brasil, com destaque para a venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Sob sua liderança, o Banco Fator arrecadou R$ 22,6 bilhões em leilões, mostrando habilidade em conduzir complexos processos de concessão e privatização. Essa atuação foi reconhecida por sua capacidade de mediar entre os interesses do governo e do setor privado, o que reforçou sua posição no mercado financeiro.

Atuação no Governo Federal

Em 2022, Gabriel Galípolo foi convidado para atuar como secretário-executivo do Ministério da Fazenda, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, tornando-se braço-direito do ministro Fernando Haddad. Sua atuação na pasta foi marcada por uma abordagem que buscava conciliar as demandas do setor privado com as metas de crescimento econômico e estabilidade fiscal do governo. Galípolo é defensor de uma visão desenvolvimentista, na qual o Estado tem papel crucial em setores estratégicos da economia, mas sem descartar o uso de concessões e parcerias público-privadas como ferramentas para ampliar investimentos.

Como secretário-executivo, Galípolo foi responsável por diversas negociações e articulações com o setor privado, sempre buscando um equilíbrio entre as políticas públicas e as demandas do mercado. Nesse período, ele consolidou sua reputação como um interlocutor qualificado entre o governo e os agentes econômicos, o que o posicionou como um dos principais responsáveis pela formulação das políticas econômicas da gestão.

Banco Central e Perspectivas para 2025

Em julho de 2023, Gabriel Galípolo foi nomeado para a diretoria do Banco Central do Brasil. Nesse cargo, ele tem atuado em momentos cruciais da economia brasileira, incluindo decisões controversas no Comitê de Política Monetária (Copom). Sua participação nesses processos exemplifica a complexidade das relações entre as políticas monetárias do Banco Central e as expectativas do governo. Uma de suas principais contribuições tem sido a tentativa de encontrar um ponto de equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico, tarefa que demanda constante diálogo entre os atores envolvidos.

Cotado para assumir a presidência do Banco Central em 2025, Galípolo vem se destacando por sua capacidade de articulação entre as diretrizes de política monetária e as demandas do governo e do mercado financeiro. Sua independência nas decisões e a proximidade com figuras influentes, como o presidente Lula e o ministro Haddad, têm sido vistas como fatores que podem garantir sua futura nomeação. A possível presidência de Galípolo deverá se concentrar em garantir a estabilidade monetária, ao mesmo tempo em que buscará um caminho para promover o desenvolvimento sustentável e reduzir as desigualdades sociais.

Vida Pessoal e Influências Intelectuais

Além de sua carreira profissional, Gabriel Galípolo é casado e pai de filhos. Sua vida pessoal está marcada por seu envolvimento em projetos sociais e de inclusão, com foco especial na educação. Ele acredita que o desenvolvimento econômico deve estar acompanhado de políticas educacionais inclusivas e tem defendido a ampliação de programas que promovam a igualdade de oportunidades. A convivência com intelectuais e economistas críticos do modelo econômico tradicional também influenciou sua perspectiva, levando-o a adotar uma postura que combina pragmatismo e inovação nas discussões sobre o futuro do Brasil.

Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia

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