Revista Veja sentencia, Jair Bolsonaro é a peça que faltava no jogo da conspiração pelo Golpe de Estado
Reportagem de ALaryssa Borges e Marcela Mattos — publicada nesta sexta-feira (22/11/2024) na Revista Veja — revela que a Polícia Federal (PF) apresentou indícios de uma conspiração golpista que teria envolvido o ex-presidente Jair Bolsonaro, seus auxiliares mais próximos, militares e civis. A trama tinha como objetivo reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022, impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e consolidar a permanência de Bolsonaro no poder. A ação, articulada em várias frentes, previa medidas extremas, como assassinatos de líderes políticos e medidas antidemocráticas coordenadas.
No total, 37 pessoas foram indiciadas, incluindo quatro ex-ministros do governo Bolsonaro, militares de alta patente e aliados políticos. Entre os crimes atribuídos estão tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e tentativa de abolição do Estado de Direito. O relatório foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e está sob análise do ministro Alexandre de Moraes.
Plano “Punhal Verde Amarelo” e sua estruturação
O plano, chamado “Punhal Verde Amarelo”, previa o assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. A articulação incluía ataques coordenados, sequestros e ações violentas para desestabilizar o governo e justificar um regime de exceção liderado por Bolsonaro e seus aliados.
Os documentos revelam que a ofensiva foi planejada em reuniões realizadas na residência de Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Detalhes do plano, como estratégias de execução, armamentos a serem utilizados e baixas estimadas, foram registrados em documentos encontrados pela PF em dispositivos eletrônicos de militares investigados.
Indícios de envolvimento de Bolsonaro e aliados
Mensagens trocadas entre militares e membros do núcleo próximo de Bolsonaro indicam que o ex-presidente estava ciente de discussões sobre uma reação ao resultado eleitoral. Embora não haja provas definitivas de sua participação direta, os indícios incluem a sugestão de datas estratégicas para ações antidemocráticas e o acesso direto de figuras como o general Mario Fernandes ao então presidente.
Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, é apontado como autor de parte dos documentos e articulador do plano. Ele teria participado de reuniões estratégicas, redigido propostas de ações e mobilizado militares extremistas para a execução do projeto.
Repercussões e próximos passos
O caso segue para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre o oferecimento de denúncia. Enquanto isso, Bolsonaro nega qualquer envolvimento e alega ser alvo de perseguição política. O ex-presidente também minimizou sua relação com os principais envolvidos, afirmando que jamais foi informado sobre ações extremistas.
Especialistas apontam que o caso reforça a necessidade de vigilância institucional e de responsabilização dos envolvidos para evitar ameaças futuras à democracia brasileira.
1. Envolvidos:
- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República.
- Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice-presidente.
- Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional.
- Mario Fernandes – general e articulador do plano.
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
- Outros indiciados: 37 pessoas no total, entre civis e militares.
2. Crimes Investigados:
- Tentativa de golpe de Estado.
- Tentativa de abolição do Estado de Direito.
- Organização criminosa.
3. Ações Planejadas:
- Assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes.
- Neutralização de opositores e dissidentes.
- Uso de armamentos e explosivos em ações extremas.
4. Locais e Reuniões:
- Residência de Braga Netto – ponto de articulação.
- Palácio da Alvorada – possível local de discussão de estratégias.
5. Provas Coletadas:
- Mensagens em aplicativos.
- Documentos e relatórios detalhando ações.
- Depoimentos e trocas de mensagens.
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Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia