Rosatom e Brasil firmam parceria para desenvolvimento de tecnologia nuclear
Em dezembro de 2024, o Ministério de Minas e Energia do Brasil anunciou uma importante parceria com a Rosatom, a estatal russa responsável pelas atividades nucleares em seu país. O acordo foi formalizado por meio de um grupo de trabalho que, até o final de 2025, irá desenvolver um acordo de cooperação nuclear entre o Brasil e a Rússia. O objetivo é estabelecer bases para o desenvolvimento de uma nova política nuclear no Brasil, que inclua tanto a mineração de urânio quanto a implementação de pequenos reatores nucleares modulares (SMRs).
O Brasil detém a sétima maior reserva mundial de urânio, embora apenas 26% do seu território tenha sido mapeado. De acordo com o ministro Alexandre Silveira, o país tem o potencial de se tornar a terceira maior reserva global dessa substância.
“A parceria com a Rosatom é uma oportunidade estratégica para o Brasil, que possui grande potencial para avançar no setor nuclear e aumentar sua participação na cadeia global de produção de energia atômica”, afirmou Silveira durante o evento de lançamento da parceria.
A Rosatom, com vasta experiência na área nuclear, tem sido uma das principais responsáveis pelos projetos de usinas nucleares em construção em vários países. No Brasil, sua atuação tem sido focada principalmente no fornecimento de produtos nucleares, como radioisótopos para medicina e combustível nuclear. Contudo, o novo acordo entre os dois países visa ampliar essa colaboração, incluindo o desenvolvimento de 1,1 gigawatt (GW) de capacidade de geração nuclear até 2035. Desse total, 0,6 GW seriam alcançados com a construção de 12 reatores onshore, enquanto 0,5 GW viriam de reatores offshore, utilizando a tecnologia de SMRs, um campo pioneiro para a Rosatom.
A cooperação brasileira com outros países no setor nuclear remonta ao início do programa nuclear nacional. Ao longo das décadas, o Brasil manteve relações com nações como os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França, com o intuito de avançar na produção de energia atômica e no domínio do ciclo de enriquecimento de urânio. No entanto, o Brasil também enfrentou desafios e contratempos, como nos episódios históricos em que parcerias internacionais falharam, como o caso das centrífugas de enriquecimento de urânio apreendidas por militares britânicos em uma operação nos anos 1980.
Com o novo acordo com a Rosatom, o Brasil busca estabelecer um novo capítulo em sua política nuclear, com o objetivo de avançar na produção de energia nuclear de forma mais autônoma e sustentável. A parceria com a Rosatom promete fortalecer o setor nuclear nacional, ampliando a capacidade de geração de energia e reduzindo a dependência externa em tecnologia nuclear.
*Com informações da Sputnik News.
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Redação do Jornal Grande Bahia