Torres de vigilância adaptadas fariam com que extinção do fogo fosse mais rápida, diz especialista à CNN

O engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, propôs uma solução inovadora para aprimorar o combate a incêndios florestais no Brasil.

Em entrevista ao WW, Azevedo argumentou que, embora o uso de satélites para mapear incêndios seja eficaz, a implementação de torres de vigilância equipadas com câmeras térmicas poderia revolucionar a rapidez na detecção e resposta a focos de incêndio.

Segundo o especialista, as torres de vigilância permitiriam a identificação de chamas em menos de 10 minutos após o início do fogo. Isso representa uma melhoria significativa em comparação com os sistemas de satélite atuais, que só conseguem detectar incêndios quando a linha de fogo já atingiu entre 300 e 400 metros de extensão.

Desafios no combate aos incêndios na Amazônia

Azevedo destacou a complexidade do combate aos incêndios na região amazônica: “Na Amazônia, por exemplo, a gente não apaga fogo. Boa parte do fogo na Amazônia é o fogo que entra na floresta. Ele é o fogo que se extingue pela própria floresta. Não tem muito o que fazer depois que ele já entrou na floresta. Você apaga o fogo antes dele entrar na floresta.”

O especialista enfatizou a importância de ações preventivas, que normalmente ocorrem no primeiro semestre do ano.

Essas ações incluem a construção de aceiros e campanhas de educação e comunicação para desencorajar o uso do fogo durante períodos de seca.

No entanto, Azevedo alertou que essas iniciativas foram prejudicadas este ano, em parte devido à greve no Ibama.

Estrutura de combate ao fogo no Brasil

Azevedo também explicou a estrutura atual de combate aos incêndios no país: “Na estrutura de combate ao fogo, que é essa questão dos brigadistas principalmente, ela é uma estrutura que tem coordenação federal e envolve também estruturas estaduais. Tem um programa chamado Prevfogo, bem importante, que trabalha com esse tema, e esses brigadistas são treinados e existem vários brigadistas treinados de prontidão.”

O engenheiro ressaltou que muitos dos brigadistas são membros das comunidades locais, incluindo indígenas, extrativistas e quilombolas. Essa abordagem não apenas fornece empregos temporários, mas também aproveita o conhecimento local no combate aos incêndios.

A proposta de Azevedo para a implementação de torres de vigilância com câmeras térmicas surge como uma solução potencial para enfrentar os desafios crescentes impostos pelas mudanças climáticas.

Ao permitir uma detecção mais rápida dos incêndios, essa tecnologia poderia significar uma mudança de paradigma na preservação das florestas brasileiras e no combate eficaz aos incêndios florestais.

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